Adolescente denuncia sofrer abusos do padrasto após assistir palestra em escola no interior do AC; suspeito foi preso
03/12/2024
Estudante da Escola Rosaura Mourão, em Tarauacá, relatou ter sido estuprada desde os 7 anos por Sebastião Silva do Carmo. Palestra de conscientização sobre violência contra crianças e adolescentes faz parte da Operação Hagnos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sebastião Silva do Carmo, de 30 anos, foi preso por suspeita de ter estuprado a enteada por cerca de seis anos
Polícia Civil
Uma adolescente de 13 anos denunciou sofrer abusos do próprio padrasto após assistir uma palestra sobre violência contra crianças e adolescentes na Escola Rosaura Mourão no dia 28 de novembro em Tarauacá, no interior do Acre. Por conta da denúncia, o suspeito foi preso nessa segunda-feira (2) por estupro de vulnerável.
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De acordo com a Polícia Civil, a menina contou, motivada pela palestra, que era violentada por Sebastião Silva do Carmo, de 30 anos, desde os 7 anos. Com a denúncia, o Conselho Tutelar foi acionado e a adolescente foi encaminhada para exames periciais. A vítima relatou que os abusos ocorriam em sua casa.
“Não [relatou ameaças], mas, é um modus operandi dele, de qualquer forma, ele tem uma forma de coagir”, explicou o delegado Ronério Silva.
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Ainda segundo a menina relatou, ela tentou avisar à mãe sobre a violência que sofria, mas não foi levada a sério. A mãe ainda não foi ouvida, segundo o delegado.
“Nós estamos ouvindo a mãe, vamos ver outras pessoas também, pessoas da escola, os vizinhos, essas coisas”, acrescentou.
Operação Hagnos
Adolescente assistiu palestra na Escola Rosaura Mourão, em Tarauacá, no interior do Acre
Reprodução/Google Street View
A palestra que encorajou a jovem a relatar os supostos abusos faz parte da Operação Hagnos, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que busca fortalecer medidas preventivas e repressivas para combater crimes contra crianças e adolescentes. A operação ocorreu no mês de novembro, até a última sexta-feira (29).
“A Polícia Civil do Acre (PCAC) tem desempenhado um papel ativo na operação, reforçando as equipes nas delegacias com maior número de registros de crimes contra crianças e adolescentes, bem como realizando palestras educativas, que têm como objetivo orientar a comunidade escolar sobre como identificar e detectar sinais de violência que crianças e adolescentes possam estar enfrentando. Muitas dessas vítimas não compreendem completamente a situação de abuso ou violência, seja ela sexual, psicológica ou de outras formas”, ressaltou a Polícia Civil por meio de nota.
Ainda conforme a polícia, entre janeiro de 2022 e 11 de novembro de 2024, foram registrados 1.594 boletins de ocorrência de violência sexual contra crianças e adolescentes no estado. Em 2022, o número de B.O.s foi de 547, enquanto em 2023 subiu para 572.
“De janeiro a 11 de novembro de 2024, houve 475 casos registrados. A maioria das ocorrências está concentrada na capital, Rio Branco, seguida pelas cidades de Cruzeiro do Sul e Tarauacá. Os dados mostram que 92% das vítimas são do sexo feminino e 8% do sexo masculino, com a faixa etária de 12 a 28 anos sendo a mais afetada”, acrescentou o texto.
VÍDEOS: g1